Ode a um fascista

Você tecendo tua teia adornada de cadáveres, aqueles com os quais jogou e, vacilantes e despreparados, provaram da tua indecente e meticulosa cadeia de táticas de guerra fria. Descompassado e cambaleante, proferindo poesias que nunca puderam ser suas. Fingindo ser Rimbaud ou outro lunático qualquer, com sonetos e profecias de araque. Sempre tão consciente da tua sanguinolenta passagem por esse mundo paralelo onde te hospedas quase que impunemente. Mente suja e resvalada de pretensos falsos sensos de moral. Tua moral tão conturbada, cheia de sensores que te fazem achar-se dono de verdades sujas e falsamente apresentadas de bons pudores quando te apetece pra fazer novas vitimas. Um croqui perfeito de um anti-semita fantasiado de semi-deus. Quanta presunção achar-te filho dos deuses, quando mais parece uma fagulha perdida da ira de algum deles. Resguarda-te, oh! impuro, que tua hora há de chegar. Teu livro da vida putrefando por entre as valas do teu cemitério particular. Aglomera idéias de vil metal que chegam-te de assalto, mas não perduram em conseqüência da tua desonesta empreitada. Mesmo que te banhes de luz és adorador da escuridão. Cavaleiro errante eu sou Joana D’arc. Mas não desperdice tua fogueira justiceira, que sou apenas espectro, não mais me atinges. Aproveita se lhe dou a outra face, que a tua corda suicida puiu por conveniência. O teu séquito te aplaude ante a multidão furiosa, sedenta de justiça. Mesmo que não te apregoem na cruz, eis que lavo as minhas mãos.

“A tua piscina está cheia de ratos, tuas idéias não correspondem aos fatos”